Lidar com essa situação exige conhecimento, empatia e ação rápida.
Antes de ir direto ao ponto, é crucial compreender que existe uma diferença importante entre epilepsia e convulsões.
A epilepsia é uma condição crônica caracterizada pela recorrência de crises não provocadas. Nela, ocorre uma descarga anormal das células cerebrais que altera o funcionamento do cérebro, fazendo com que ele emita sinais inadequados. Como consequência disso o corpo apresenta diversos sintomas, conheça os principais:
Já a convulsão consiste na contração anormal dos músculos e pode ser um sintoma desencadeado por diversas causas e que acontecem de forma isolada. Assim, podemos concluir que nem toda convulsão é uma crise epiléptica.
E quais são as causas da epilepsia?
Para essa pergunta não existe apenas uma resposta, a epilepsia pode ter diversas causas, desde problemas no parto à traumas e doenças mais complexas, dentre elas, podemos citar:
O diagnóstico requer avaliação médica que vai considerar o histórico clínico do paciente, patologias associadas e principalmente a frequência e sintomatologia das crises, critério essencial para caracterizar a doença.
Curiosidades sobre a epilepsia
Segundo dados da OMS, a epilepsia atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo, e cerca de 3 milhões de brasileiros. Por isso, é muito importante saber mais sobre ela. Então, vamos lá!
A epilepsia não é contagiosa e também não é uma doença mental. Além disso, ela pode acometer homens e mulheres de qualquer idade.
Pessoas com epilepsia podem dirigir seguindo as regras da Associação Brasileira de Trânsito. E são capazes de levar uma vida normal, desde que façam tratamento, estejam controladas das crises convulsivas e tenham acompanhamento médico adequado.
Na sequência desse artigo vamos fornecer informações detalhadas sobre como agir diante de uma crise epiléptica, destacando também a importância de reduzir o preconceito e promover uma compreensão mais ampla sobre a epilepsia. Segue por aqui!
Como agir durante a crise?
Ao presenciar uma crise epiléptica, é fundamental manter a calma. O aconselhável é amparar a cabeça para evitar lesões na região, sugerindo a opção de deitá-la em uma superfície acolchoada.
Caso isso não seja possível, ajoelhar ao lado da pessoa e segurar a cabeça pode ser suficiente e surtir o mesmo efeito protetor. É vital afastar objetos perigosos e cortantes, mas ao contrário do mito popular, não se deve colocar nada na boca da pessoa, pois a mandíbula é forte e essa ação pode resultar em lesões. Veja agora um resumo das orientações básicas:
Pós-crise e cuidados
As crises costumam durar aproximadamente de 2 a 5 minutos. Assim que a pessoa se recuperar, conte o ocorrido de forma breve e peça que ela relate como está se sentindo.
Tente extrair informações importantes para oferecer ajuda adequada. Saber se a pessoa tem o diagnóstico de epilepsia, se tem alguma orientação médica a seguir quando isso acontece ou se nunca passou por isso.
Se ela demorar a retomar a consciência ou apresentar mal-estar, dificuldade para se locomover ou respirar é recomendável buscar ajuda médica rapidamente. Não faça nenhum tipo de medicação por conta própria.
Tratamento e prevenção
A epilepsia não tem cura, mas tem tratamento que permite a realização normal de tarefas do dia a dia.
Estimativas indicam que 70% dos casos são controlados com o uso de remédios que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais e a incidência de efeitos colaterais é baixa.
A indicação de cirurgia ocorre apenas quando o paciente não responde ao tratamento e as crises acontecem com muita frequência.
Outros fatores contribuem para a prevenção de crises como evitar o consumo de álcool, praticar exercício físico regularmente, manter uma alimentação equilibrada e garantir horas adequadas de sono.
Conclusão
Por fim, ficou claro que as pessoas que têm epilepsia não precisam viver com limitações, desde que busquem ajuda especializada é possível garantir sua autonomia e independência.
Vale destacar que o diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento de forma assertiva a fim de alcançar resultados eficazes.
Vimos também que ainda existem dúvidas e muitas informações inverídicas que devem ser combatidas por meio da conscientização.
É crucial desmistificar a epilepsia, reduzindo o preconceito. Ao disseminar essas informações, podemos contribuir para um ambiente mais seguro e solidário para aqueles que vivenciam essa condição neurológica.
Aproveite as dicas e compartilhe essas informações. Até a próxima!
Texto preparado em colaboração com a Dra. Clara Gontijo Camelo, coordenadora médica do Instituto Neurolum. Atende crianças e adolescentes com atraso no desenvolvimento, Transtorno do Espectro Autista (TEA), dificuldade escolar, desordens neuromusculares, bebês hipotônicos, doenças neurogenéticas, epilepsia, entre outras doenças
neurológicas.