O declínio cognitivo em idosos – também chamado de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) – é um quadro clínico caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas acarretados por alterações de ordem cognitiva.
O declínio cognitivo pode ser entendido como uma condição de transição entre a cognição normal e a demência. Nesses casos, a avaliação neuropsicológica é fundamental para diferenciar o envelhecimento normal do patológico e também para o correto diagnóstico entre CCL e demência.
Para aqueles que têm sentido alterações cognitivas ou familiares que têm notado diferenças no comportamento de um membro idoso, é interessante saber que a avaliação neuropsicológica é fundamental para compreender melhor o quadro do paciente. Entenda mais a seguir!
O que é a avaliação neuropsicológica?
A avaliação neuropsicológica é um exame que tem como objetivo compreender, descrever e avaliar como o funcionamento cerebral de um paciente influencia suas capacidades cognitivas – tais como memória, atenção, concentração, raciocínio, linguagem etc. – bem como o seu comportamento, personalidade, humor e capacidade funcional.
O exame é feito por meio de um extenso processo de coleta de dados sobre o paciente, incluindo entrevistas com familiares, testes, observação clínica e demais métodos capazes de gerar um relatório preciso sobre o perfil neuropsicológico do paciente.
Essa avaliação pode ser indicada em diversas situações, seja para simplesmente verificar a condição neurológica geral de um indivíduo, seja para investigar e diagnosticar uma condição específica.
Em crianças, por exemplo, a avaliação neuropsicológica é muito útil para avaliar transtornos de aprendizagem, hiperatividade, dislexia ou transtorno de déficit de atenção.
No caso dos idosos, o exame é fundamental para identificar problemas neurológicos, doenças neurodegenerativas e demais condições associadas ao envelhecimento, como o declínio cognitivo e a demência.
Por que é importante acompanhar em casos de declínio cognitivo em idosos?
Antes de tudo, é importante ter em mente que, no processo natural de envelhecimento, algumas queixas de mudanças cognitivas e comportamentais são completamente normais, tais como esquecimento, alguma desorganização mental, maior lentidão para executar uma ação ou processar respostas etc.
Contudo, há casos em que tais sinais se tornam mais intensos, podendo interferir nas atividades e na vida cotidiana do paciente. Isso pode indicar que está havendo um prejuízo além do normal ou do esperado conforme sua faixa etária.
Em um quadro de demência, por exemplo, há um grave comprometimento em suas funções. No nível cognitivo, pode haver déficits de memória, linguagem, atenção, raciocínio, julgamento, organização e planejamento.
No nível comportamental, são comuns prejuízos na capacidade de cuidados domésticos, atividades de compras, administração dos recursos financeiros e autocuidado. Assim, a pessoa passa a precisar de maior auxílio de familiares, amigos e vizinhos ou até mesmo de supervisão.
Já nos quadros de declínio cognitivo ou CCL, o paciente também apresenta alterações cognitivas, mas em grau leve, não chegando a interferir (ou interferindo muito discretamente) em suas atividades cotidianas. Contudo, o CCL pode evoluir para um quadro de demência.
É aí que entra a importância da avaliação neuropsicológica em casos de declínio cognitivo em idosos. O exame ajuda a identificar se as alterações cognitivas fazem parte do envelhecimento natural ou se são patológicas. Além disso, ajuda a diferenciar o diagnóstico entre CCL e demência para a definição do tratamento mais adequado ao caso do paciente.
Vale ressaltar ainda que, quando os sintomas são tratados precocemente, é possível retardar doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.
Assim, em casos de declínio cognitivo, a avaliação é essencial para identificar condições potencialmente demenciais e, então, buscar estratégias terapêuticas para amenizar a progressão de demências.
Como você viu, a avaliação neuropsicológica é um exame de fundamental importância em pacientes que apresentam alterações cognitivas. Por isso, se notar algum sinal ou prejuízos no dia a dia, não deixe de procurar ajuda de um especialista. E, para mais informações, acesse a nossa Central Educativa!