O que é o acidente vascular cerebral?
O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido popularmente como derrame, se caracteriza pelo rompimento ou pela obstrução das artérias, causando a diminuição ou a interrupção do suprimento sanguíneo para o cérebro.
O AVC é a segunda doença mais letal no nosso país e uma das principais causas de incapacidade no mundo. Cerca de 1 a cada 4 adultos acima dos 25 anos terá um AVC durante a vida.
O AVC não tem idade, não acontece só com idosos. Bebês e crianças também podem ter um acidente vascular cerebral. A diferença é que eles costumam recuperar mais capacidades do que os mais velhos.
Outra informação importante é sobre as mulheres, elas apresentam alguns fatores de risco únicos como a gravidez e a menopausa. Uma em cada cinco terá um AVC e a taxa de mortalidade é maior entre elas do que no público masculino. Por isso, vale redobrar os cuidados. Prevenção é sempre a palavra-chave nestes cenários. Conheça alguns tipos de eventos cerebrovasculares:
Em todas as situações podem ocorrer lesões cerebrais graves, capazes de deixar sequelas ou levar o paciente a óbito.
No artigo de hoje vamos falar mais sobre o assunto. Informações podem salvar vidas. Continue com a gente.
Como reconhecer os sinais de um AVC?
“Tempo é cérebro!”
Essa frase é famosa quando o assunto é acidente vascular cerebral, isso porque quanto mais rápido for feito o atendimento, maiores são as chances de recuperação do paciente.
Para se ter uma ideia, durante um acidente vascular cerebral, aproximadamente 120 milhões de células cerebrais morrem por hora.
Por isso, saber reconhecer rapidamente os sinais de alerta da doença e buscar socorro é essencial.
Descubra os principais sintomas de que uma pessoa está tendo um AVC:
Uma maneira rápida e eficaz é seguindo as orientações da sigla SAMU, entenda o que ela significa e como fazer isso:
S – sorriso: peça para a pessoa sorrir e observe se um dos lados da face entorta ou fica paralisado.
A – abraço: verifique se a pessoa consegue levantar os dois braços, isso dificilmente irá acontecer, um deles costuma cair.
M – música: estimule a vítima a cantar uma música ou repetir uma frase, alterações da fala e dificuldade de pronúncia também são sintomas de AVC.
U – urgência: ao notar qualquer uma dessas alterações, recomenda-se buscar ajuda médica imediatamente.
Como prevenir?
Muitas pessoas não sabem, mas é possível prevenir o AVC. Conheça agora alguns fatores modificáveis capazes de reduzir as chances de ter a condição:
Pessoas que têm doenças crônicas, como a hipertensão ou diabetes, devem fazer acompanhamento médico regularmente. A pressão alta é um dos principais fatores de risco, em especial, para o AVC hemorrágico.
O impacto do AVC na vida do paciente
O acidente vascular cerebral repercute na rotina do paciente pós AVC e de seus familiares.
O paciente pode apresentar dificuldade para executar algumas tarefas do dia a dia, e com isso, algumas adaptações se tornam essenciais para garantir a sua segurança e conforto.
Além disso, o acolhimento e a empatia são fundamentais para apoiá-lo diante dessas limitações que podem ser temporárias ou permanentes.
O impacto causado por um AVC vai depender da parte cerebral afetada e do tamanho da lesão. As sequelas podem ser motoras, cognitivas e emocionais, as principais são:
Agora alguns números que dizem muito mais sobre o impacto do AVC:
Como é realizado o tratamento para cada tipo de AVC?
O tratamento do AVC hemorrágico consiste em controlar a pressão arterial e a hemorragia para evitar complicações. Nesses casos são utilizados medicamentos como: anti-hipertensivos, analgésicos e sedativos, além da intervenção cirúrgica para alguns casos selecionados.
Já o caso do acidente vascular isquêmico envolve a necessidade de diluir o coágulo formado o mais rápido possível. Nesta conduta é feito o uso de medicamentos para afinar o sangue. Quando o coágulo for muito grande é possível inserir um cateter para eliminá-lo. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que busca um resultado imediato e eficaz. Como há uma janela de tempo segura para realizar esse tipo de tratamento, é necessário buscar atendimento médico imediatamente.
Vale ressaltar que cada caso precisa de uma avaliação criteriosa que será determinante para a escolha do tratamento mais adequado para cada paciente considerando seu respectivo histórico clínico.
A ciência em constante evolução para ser maior que o AVC
A ciência está em constante evolução buscando novas alternativas para identificação, intervenção e tratamento do AVC, assim como da reabilitação e melhora da qualidade de pacientes que sofreram com a condição.
O acompanhamento após o AVC deve continuar com uma equipe multidisciplinar: neurologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista, entre outros profissionais que possam assegurar o bem-estar integral do paciente, promover sua autonomia e preservar sua capacidade funcional.
Além disso, vale reforçar a importância de conscientizar a população sobre os bons hábitos e de fazer acompanhamento médico regular como melhor forma de prevenção e, também, como agir de forma eficaz ao presenciar um AVC para então diminuir sequelas e mortes, minimizando assim os números alarmantes que encaramos hoje. Seguimos juntos e até o próximo artigo!
Texto preparado em colaboração com o Dr. Aston Marques Midon, especialista em Cefaleias, síndrome do pseudotumor cerebral e algias cranioencefálicas – HCFMUSP, médico-assistente do grupo de Cefaleias do HCFMUSP, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia e da International Headache Society e Neurologista do Instituto Neurolum.