Fraqueza muscular é um termo que se refere à perda de força de um ou mais músculos, que pode ocorrer de forma repentina ou gradual, fazendo com que a pessoa tenha dificuldade ou até mesmo não consiga mover alguma parte do corpo.
A fraqueza muscular é um sintoma e não pode ser avaliada de maneira isolada. Para um diagnóstico adequado é necessária uma investigação individualizada com o objetivo de identificar a sua causa.
Como é feito o diagnóstico?
A origem do sintoma pode estar em vários locais de sistema nervoso, central ou periférico e pode indicar a disfunção dos neurônios motores superiores ou inferiores, dos nervos periféricos, da junção neuromuscular ou do músculo.
Para buscar a causa da fraqueza muscular, o especialista irá avaliar os sintomas de acordo com o relato do paciente e o tempo de sintoma, além disso fará um exame neurológico na consulta e deve avaliar seu histórico clínico e seu contexto.
A fraqueza pode começar nas mãos ou nos pés e pode ser acompanhada de perda da sensibilidade e/ou coordenação. Para complementar, o médico pode solicitar exames mais específicos como: ressonância magnética de crânio e coluna, eletroneuromiografia, ultrassonografia neuromuscular, entre outros.
A fraqueza muscular pode estar associada a diversas condições neurológicas, entre elas:
Vamos falar um pouquinho mais sobre duas patologias específicas agora:
1. Miopatias
Primeiro, é importante deixar claro que Miopatia é um termo abrangente que indica a presença de lesão do músculo, indicando um grupo amplo de doenças. Existem diferentes tipos de miopatias: as hereditárias, as inflamatórias, infecciosas e endócrinas e subtipos dentro de cada uma dessas classificações.
O principal sintoma das miopatias costuma ser a fraqueza muscular, resultando em: dificuldade para fazer atividade física, fadiga, formigamento, perda de massa muscular, atrofia e cãibras. Não costuma ter alteração da sensibilidade.Em cada caso é preciso uma investigação apurada para definir a sua causa. Para as miopatias adquiridas e inflamatórias existem mais opções de tratamentos, para as genéticas, é possível controlar e postergar o seu avanço com alguns medicamentos.
A prática de exercício físico leve também apresenta benefícios para esses pacientes, preservando a força muscular, mas sempre deve ser realizada com a orientação de uma equipe multidisciplinar.
2. Neuropatias
Ocorre quando os nervos que levam os sinais entre o cérebro e medula espinhal para o restante do organismo são afetados. Elas podem se manifestar de diversas formas:
Dentre os sintomas que mais são relatados temos: fraqueza associada à perda de massa muscular, dor, sensação de choques, formigamento, perda da sensibilidade, cansaço e falta de equilíbrio.
As causas também são variáveis, a polineuropatia, por exemplo, costuma estar associada ao diabetes, uma vez que os altos níveis de açúcar no sangue causam lesões nos nervos periféricos.
Ainda é possível que ela esteja relacionada a fatores como a falta ou o excesso de vitaminas, o uso de medicamentos que são tóxicos, ao consumo excessivo de álcool, doenças auto-imunes, hematológicas e genéticas.
As neuropatias são um grupo amplo e a forma como ela vai se manifestar dependerá do tipo de nervo lesionado e da região do corpo na qual terá impacto.
Agora voltando ao sintoma de fraqueza muscular:
Quando a situação pode ser urgente?
Em casos de fraqueza repentina recomenda-se procurar uma emergência o mais rápido possível para descartar a possibilidade de um AVC.
Também é relevante notar se a fraqueza evolui de forma rápida e progressiva, com comprometimento da fala, dificuldade para engolir, mastigar, caminhar ou respirar. Nessas situações, a avaliação por especialista também precisa ser o mais rapidamente possível.
Fraqueza muscular em idosos, é sempre normal?
Algumas pessoas acreditam que é normal os idosos apresentarem fraqueza muscular. É claro que, em função da idade, existe sim, uma perda maior de massa muscular, no entanto, toda fraqueza deve ser investigada.
Existem doenças que podem começar a se manifestar nessa faixa etária como:
miastenia gravis, miopatias como a miosite com corpos de inclusão e doenças do neurônio motor que podem ficar mascaradas e sem o tratamento adequado se o paciente não procurar por ajuda médica.
Como melhorar a qualidade de vida das pessoas com fraqueza muscular?
Cada diagnóstico terá um tratamento específico que pode incluir medicamentos, fisioterapia e terapia ocupacional, somado a isso a adoção de bons hábitos é sempre recomendada para melhora do bem-estar integral do paciente, entre eles:
1. Praticar exercício físico com supervisão profissional para que seja elaborada uma programação adequada, de acordo com as suas necessidades.
2. Manter uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, vitaminas e sais minerais importantes para o bom funcionamento do organismo.
3. Organizar as tarefas do dia a dia para não sobrecarregar os seus músculos, evitando assim, a fadiga.
4. Buscar suporte psicológico para manter o equilíbrio emocional e saber lidar com algumas limitações que possam surgir ao executar tarefas do dia a dia.
Conclusão
A fraqueza muscular pode significar doenças neurológicas e neuromusculares e sua avaliação por especialista é sempre recomendada. Em geral, a fisioterapia e a terapia ocupacional podem ajudar as pessoas a se adaptarem à fraqueza permanente ou a compensar a perda da função, a fim de se manter ativo e com autonomia. Em alguns casos pode haver tratamento medicamentoso capaz de reverter o quadro.
Fica o alerta! Não negligencie os sinais que o seu corpo apresenta. Quanto antes você começar a se cuidar melhor será para a sua saúde e as suas chances de uma boa recuperação.
Logo, não hesite em procurar ajuda médica, uma equipe de profissionais especializados pode ajudá-lo a enfrentar os desafios, fornecer orientações e melhorar a qualidade de vida.
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Texto preparado em colaboração com a Dr. André Macedo, coordenador médico do Instituto Neurolum. No Instituto Neurolum atende miopatias, distrofias musculares, Neuropatia Periférica, Miastenia Gravis e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).